quinta-feira, 28 de julho de 2022

Concurso público não resolve o problema da necessidade da liberdade de imprensa

Ilustração: Adivinha quem são esses 2 em Guaratuba?


Só é contra a liberdade de imprensa quem compactua com a corrupção.

Essa malandragem humana de querer abrir concurso público para tentar controlar a imprensa não interessa para tribos honestas e trabalhadoras. 

Não é interessante aos empreendedores sociais de comunicação social e também não garante nenhuma liberdade de imprensa.

Isso vale para qualquer prefeitura, governo estadual e federal.

Uma sociedade civilizada urge por investimentos em campanhas educativas institucionais para ampliar a conscientização sobre os direitos e deveres do cidadão.

Não só isso. É obrigação moral de qualquer governo divulgar com transparência os serviços públicos que realizam para atender a população.

Qual a finalidade de um governo trabalhar se a população desconhece os seus direitos?

Essa tentativa de forçar o desconhecimento das informações de utilidade pública são práticas históricos-corruptas que persistem nas cidades.

É um modo sutil de se movimentar para manter o povo na ignorância.

Sendo assim, é necessário o estabelecimento de parceria econômica entre os governos, agências, veículos e trabalhadores de comunicação.

Uma imprensa livre só é possível se receber investimentos contínuos para que os veículos de comunicação regionalizados possam trabalhar com dignidade.

Todo empreendimento precisa de manutenção e constância de investimentos para que possa realizar suas atividades e cumprir o seu propósito.

Ninguém consegue trabalhar de graça a vida toda. Muito menos subordinado a instituições sociais que não visam lucro.

A necessidade de renda é a realidade de qualquer trabalhador na sociedade.

Em Guaratuba temos um exemplo claro de que concurso público não resolve a necessidade da garantia da liberdade de imprensa. 

O jornalista Fred "Flintstone" é servidor público concursado da prefeitura de Guaratuba. Excelente pessoa e competente profissional.

Por mais que seja altamente qualificado do ponto de vista técnico, identificamos um conflito de natureza política entre o exercício da função e a cultura política local.

Acontece que existe um abismo de diferença entre o serviço de jornalista que trabalha para divulgar as atividades do governo e um jornalista que deveria ter a liberdade garantida para realizar a livre iniciativa e usar a criatividade em prol do progresso e da construção do conhecimento.

Há quem pense que abrir concurso público para contratação de jornalistas e publicitários para a geração de emprego na área da comunicação social possa ser uma solução diante o desemprego, desigualdades, ou uma ingênua percepção de que isso resolveria a necessidade da legítima liberdade de imprensa.

Estão Enganados meu bem.

A liberdade de imprensa só pode ser alcançada com uma real produtividade dos envolvidos na arquitetura do conhecimento.

É necessário altos investimentos na área e uma intensa redistribuição de renda do setor publicitário governamental.

Egoisticamente, a iniciativa privada por meio da indústria capitalista e do comércio só pensam em seus lucros pessoais.

O departamento de marketing das empresas atuam sempre apenas com o objetivo de vender e atrair clientes. 

É um ciclo tóxico de compra e venda de produtos e serviços.

Nesse sentido, sabemos que o propósito de um governo é servir e atender a população.

Alguém sabe: Qual o sentido e o propósito da constituição e da vida em sociedade?

Como diria Sócrates: "Só sei que nada sei".

Fui.


Opinião: Cristiano Bassa

Perito em comunicação social. Especialista em Comunicação Política (UFPR).